O clone e o drone
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Depois de repetir os erros e os abusos das oligarquias, herdeiras da cidade, ao logo da história. O prefeito candidato a prefeito novamente, agora usa um drone. Um drone para mostrar a cidade do alto, a sua cidade, longe dos problemas que afeta ruas e calçadas. Mostra pela TV, no seu horário gratuito, uma cidade vista pelos seus olhos, do alto e sem problemas. Mostra uma cidade linda e promissora, com um horizonte ao fundo, um horizonte para o futuro.
Com um drone faz um olhar por cima, tal qual a vista de uma torre sobre a cidade. A torre no seu castelo de vidro, protegido e refrigerado do que acontece, e está com chapa quente do lado de de fora. E a primeira imagem que mostra é a do seu parque. O parque que o filho entende ser do pai, palavras ditas por quem frequenta o parque. Palavras ouvidas por terceiros e ditas na comemoração de seu aniversario, junto com os coleguinhas da escola. O parque planejado por um grande arquiteto. Um parque com assinatura do arquiteto, que assinou muitas obras com a foice e o martelo. E para o arquiteto não ficar tão grande no investimento pessoal e municipal, uma foto foi ampliada e colocada na parede do parque. A foto destaca o prefeito e o arquiteto com tamanhos desproporcionais. O arquiteto esta sentado e pequeno, enquanto o prefeito em pé e enorme.
Tal como um clone o prefeito repetiu os atos de administrações anteriores. O dono da cidade, trabalhando para beneficio dos proprietários de imoveis e automóveis. E precisam de grandes áreas verdes, longe do concreto e do asfalto, longe da fumaça que seus carros provocam. Carros que arrastam pessoas e motos, julgando seus patrimônios estarem sendo subtraídos. O perfil de drogadictos e dependentes farmacêuticos estão ao volante na tal bela cidade. Mas com algum dinheiro ainda podem não frequentar os CDPs, promovendo recursos e defesas em liberdade.
Na tal cidade ele nasceu, e no Rio de Janeiro foi fazer uma faculdade, muito renomada na Zonal Sul da Cidade Maravilhosa, próximo a um túnel que da acesso a Zona Norte. Mas existe vida do outro lado do túnel. Viveu ali entre mansões e castelos, a poucos metros do mar.
A faculdade perto da sede do time pó de arroz, mas também perto de palácios de governadores e presidentes. E perto do time de futebol que por muito tempo foi mal visto pelos seus atos discriminatórios, exigindo que alguns entrassem pela garagem ou entrada de serviço. Hoje a faculdade esta decadente, perdendo seus ares de santa, ainda que também esteja no alto, em relação a pista, junto a uma encosta.
O prefeito agora convoca seus eleitores e simpatizantes para uma carreata, ou seja, para fazer barulho e fumaça na porta de outros, ocupando espaço no transito já congestionado, por carros em ruas e calçadas. Mas carreata é para os fracos, queremos ver uma caminhada sobre as calçadas, que muitas vezes não existem, e quando existem são esburacadas e cheias de obstáculos. Queremos ver uma caminhada atravessando ruas, aguardando o sinal aberto para pedestres, e com os carros parados em cima das faixas. Tudo isto com Amarelinhos observando e ocupados ao celular, eximindo-se das suas principais ocupações e responsabilidades.
RN, 09/09/2016
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