sexta-feira, 22 de julho de 2016

Natal está ficando um tanto quanto Dark

Natal está ficando um tanto quanto Dark

PDF 687


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A ponte estaiada foi toda iluminada com lampadas de LED, contrastando agora com a noite escura. Um colar de perolas, atravessando o Potengi, sobre um manto negro, em noites sem Lua e sem estrelas, escondendo a Zona Norte, o lado estereotipado da cidade. E muitas ruas no centro da cidade estão sendo recapeadas, o asfalto escuro com noites mal iluminadas.

As maquiagens que acontecem em ano de eleição, deixando as ruas todas novinhas, proporcionando um deslizamento suave para os que trafegam de carro, sem faixas pintadas, continuas ou intermitentes, que possam atrapalhar suas vistas, creditando pontos na carteira. E por estarem sendo as ruas recapeadas, as novas ruas mostram um asfalto negro, bem liso e novinho. Ainda não foram pintadas com faixas de pedestres e faixas definindo as vias de rolamento.

Asfalto este que vem combinando com a escuridão das ruas mal iluminadas. Não receberam faixas brancas. As pinturas brancas, sobre um asfalto escuro, que motoristas não respeitam. As pinturas continuas indicando a proibição de ultrapassagem ou a proibição de estacionamento. Mas com a iluminação preparativa paras as festas natalinas, a cidade deve adotar um novo estilo, deverá obter um efeito mais Emo

E as ruas continuarão escuras, mas os efeitos visuais iluminados e coloridos, irão disfarçar as ruas escuras, darks e estreitas. A ponte iluminada, vista á distancia, tal como os administradores observam a cidade. E de longe tudo fica bonito e iluminado.

Texto postado:


Em 22/07/2016

Natal está ficando um tanto quanto Dark
PDF 687


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por Roberto Cardoso (Maracajá)
Colunista em  Informática em Revista
Branded Content (produtor de conteúdo)
Reiki Master & Karuna Reiki Master
Jornalista Científico FAPERN/UFRN/CNPq

Plataforma Lattes
http://lattes.cnpq.br/8719259304706553

Produção Cultural e Intelectual




sexta-feira, 24 de junho de 2016

O retrato de uma prefeitura (parte 2)

O retrato de uma prefeitura (parte 2)
(acessibilidade)
PDF 669



O que acontece na porta de uma prefeitura, acontece em outras partes da mesma tal cidade. Na tal cidade há inúmeros carros que estão mal estacionados em lugares não permitidos, tal como na porta da sua prefeitura. Excesso de carros e falta de ruas, e inaugurar viadutos não resolve o problema. Carros mal estacionados que atrapalham a mobilidade publica, a mobilidade urbana e a acessibilidade de seus cidadãos.

Carros ao longo de varias ruas e avenidas impedindo os usos das faixas de rolamento, como uma parada rápida para saltar ou embarcar um passageiro, como uma parada para descer um idoso ou um cidadão com dificuldades de movimentação. O espaço para um taxi pegar e deixar passageiro, uma chegada de ambulância, uma chegada de uma patrulha ou um carro de policia. Um lugar para a troca de um pneu ou a solução de um enguiço.

A pista da direita como uma pista de baixa velocidade ou pista de serviço, são ocupadas por carros estacionados ao logo do dia. Tal como na imagem da foto mostrando a frente de uma prefeitura. Carros parados em uma faixa que auxilia as necessidades publicas.

Carros estacionados em paradas de ônibus  e em travessia de pedestres. Ruas com três pistas, sendo duas ocupadas por carros estacionados ao longo das calçadas da rua ou avenida. Na tal cidade que tem como local de nascimento e vida de Luís da Câmara Cascudo, o Luís de Natal, que viveu o tempo do bonde puxado por animais.

Todos os dias proprietários de automóveis na tal cidade, tiram seus carros de uma vaga ou de uma garagem para estacionar em algum espaço de alguma rua, na porta de outra pessoa. Quem adquire um automóvel adquire um problema, e não pode colocar o seu problema na porta de uma outra garagem ou na calçada de outra pessoa. Cada um com seus problemas, sem transferir o problema para outro. Com seus ares burgueses, acreditando serem descendentes de nobres holandeses, querem sempre uma vaga na porta, principalmente nos comércios espalhados pela cidade. Acreditam que a calçada de um comercio é um espaço para estacionamento, tal como seus parentes antigos na velha cidade, que amarravam suas montarias na porta.  Como na foto, uma picape estacionada na porta, veiculo típico de fazendeiro.

Na tal cidade sempre há carros estacionados ao longo de uma rua ou avenida que limitam o acesso aos moradores e transeuntes que usam a calçada e precisam atravessar a rua. E no espaço entre os carros ainda entram motocicletas. A foto mostra uma cena rara, como uma bicicleta.

Uma dica para o prefeito: Os caminhos de acessibilidade para cadeirantes, são caminhos que outras pessoas podem também passar: pessoas sem dificuldades de mobilidade, portadores de bengalas ou muletas, carrinhos de bebe e pessoas com outras necessidades de locomoção, utilizando instrumentos ou aparelhos, que facilitem ou auxiliem a sua locomoção.  O necessitado de cadeira de rodas é um termômetro do caminho, passando com uma cadeira de rodas, outros cidadãos poderão passar também.


Rn, 24/06/16      
por ​  ​ Roberto Cardoso (Maracajá)      
Colunista em  Informática em Revista
Colaborador de jornais e revistas    
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O retrato de uma prefeitura (primeira parte)
PDF 667

terça-feira, 17 de maio de 2016

Temeridades de um governo


Temeridades de um governo

#temeridades

PDF 644



Um grupo de pessoas diversas se reuniu no início da noite (16/05/2016), em uma padaria abandonada, nas proximidades da região portuária. Na tal cidade por tantas vezes ocupada. Sempre ocupada por povos e ideias estrangeiras, com políticas geográficas, comerciais e bélicas. Das caravelas ao coworking — na partilha da terra com os índios — com governos e administrações públicas e políticas, convocando o povo para assumir os créditos de culpas de outros.  Uma tal cidade que já recebeu outros nomes, de acordo com as suas ocupações, elencadas no tempo, por estrangeiros ou por índios. O nome da rua, do encontro articulado, lembra um político ativista, religioso e revolucionário, participante da Revolução Pernambucana, que foi preso e fuzilado.

Os arquétipos de grupos de artistas e ativistas políticos e culturais ficaram inclusos em seus atos, nas suas reuniões para traçar seus planos, seus rumos, seus objetivos. Suas estratégias de articulação e convocação acompanharam a evolução do tempo, foram disparadas nas redes sociais, em um sistema de boca a boca eletrônico. Sem convocatórias de discursos nas ruas. Sem anúncios em placas ou jornais.

A pauta em tela a ser discutida era a cultura, o conhecimento construído e preservado do povo. Para pontuar o tema, profissionais com currículos acadêmicos e cênicos foram convidados para participar da mesa. Fizeram um relato atual e histórico. Os destinos de uma cultura ministerial, era a pauta principal. E para mediação, a presença de um jornalista, de um Substantivo Plural. Na plateia artistas e ativistas, produtores ou consumidores de cultura. Ainda que participemos de atividades que não se possa afirmar, que produzam cultura. Uma parcela de cultura só é identificada e assimilada, ao longo do tempo. Como a primeira cidade a consumir um refrigerante estrangeiro, e usar os óculos utilizados por pilotos. Costumes que ficaram marcados no povo e nas ruas, incorporados aos comportamentos.

A cultura é do povo para o povo, construída com identidade original e própria, e outras influencias ao longo do tempo. O conhecimento que o povo cria para perpetuação de sua espécie, dos comportamentos de suas classes sociais, preservando seus hábitos e costumes, com arquivos de ideias guardadas na mente. Nos atos de criar e cultivar; preparar e consumir os alimentos; com danças e cantorias; ao usar ferramentas e equipamentos; ao fazer comemorações e agradecimentos. Sem lápis ou canetas, sem cadernos ou papeis, mas já aconteceram inscrições em rochas, a mídia disponível em um determinado momento. Tudo preservado e inscrito no corpo e na mente. E o evento com uma reunião de diversidades, aconteceu na perfeita ordem e calma, onde cada um teve seu tempo e espaço para colocar suas ideias e pensamentos, com um mesmo objetivo. Manter a existência de um órgão público que preserve e incentive a cultura. Um órgão federal, como fiel depositário de todas as ideias e atos, alimentos e pensamentos, que constituem uma cultura local ao longo do tempo. Para preservar suas raízes, para que não se percam ao longo do tempo, fazem parte da história.

Mas os arquétipos históricos dos reis e rainhas permanecem nos comportamentos dos políticos brasileiros. Reis e rainhas deixam seus reinos, seus legados para príncipes e princesas. Políticos transferem poderes a filhos e parentes. Das belas carruagens surgem carros confortáveis com ar condicionado, evitando respirar o mesmo ar que respira o povo. Dos seus gabinetes fizeram suas torres em castelos. Os palácios continuam no Planalto Central, no centro do pais, para que todos estados vejam, e possam ser melhor controlados com estratégias geográficas.  Palácio Alvorada e Palácio do Jaburu são os exemplos mais notáveis, instalam-se granjas e palácios, sejam eles tortos ou direitos.

Com a justificativa de realinhar os destinos da nação, afastaram a presidente. E o vice surge do tradicional papel figurativo, anunciando grandes mudanças que afetam diretamente o povo. Prometem extinguir ou reduzir tudo que até o momento era feito para o povo e dito como patrimônio do povo. Saúde, educação e cultura, que influenciam diretamente no povo. O governo já anuncia que não pode comportar o tamanho do povo, o mesmo povo que custeia as suas regalias. O povo que gera riquezas e culturas, enquanto o governo se apropria do suor do povo, e das riquezas minerais. Não produz cultura, não produz riquezas e nem capitais monetários ou intelectuais. Usa das estratégias de poder, domínio e apropriação do que é produzido.

A cultura é formada pelo povo e emana do povo. Não é criada ou emanada por um ministério. Com a ausência do ministério, a cultura continua inscrita no povo, e por ele é descrita, com o corpo e as ideias. O povo é o dono da melhor mídia, para transmitir suas ideias, que é o seu corpo com suas vestimentas e comportamentos; suas falas e seus costumes. Nas ruas como espaços abertos ou em um palco em um espaço fechado.

Caso haja um interesse oculto, um objetivo especifico com a destruição e destituição de um ministério voltado a cultura, a perda maior será do governo. Perdera seu instrumento de controle e pesquisa. A cultura que surge do povo, por vezes é controlada. Controles de financiamentos e patrocínios, depois de passar por crivos de avaliações, das equipes julgadoras de investimentos e projetos. As leis de incentivos têm poderes de escolher as ideias.

O nome mais citado na plateia e na mesa foi Antônio Gramsci (1891-1937), chegando a ser um referencial teórico naquele momento crucial e histórico. Gramsci passou a maior parte de sua vida encarcerado. E por não ter liberdade de mobilidade, questionou suas próprias ideias, estava livre para pensar e anotar suas ideias. Colocaram ele em uma cela, e ele abriu suas ideias. Foi citado por ter feito escritos ao longo da vida, descrevendo as relações entre políticas e cultura. Fechar um ministério vai criar outras ideias. Aconteceu com os exilados e excluídos na época da ditadura.

O local? Foi na Casa da Ribeira, na Rua Frei Miguelinho. Um espaço sobrevivente no tempo, e preservando a cultura. Um espaço cultural construído em uma antiga padaria, quem sabe talvez, onde Cascudo comprava diariamente o pão. Onde tomava café, onde corriam as notícias, do antigo modelo boca a boca.

#temeridades



Texto para Substantivo Plural

http://www.substantivoplural.com.br/temeridades-de-um-governo/



Temeridades de um governo
#temeridades

PDF 644


RN, 17/05/2016

por
Roberto Cardoso (Maracajá)
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Jornalista Científico
FAPERN/UFRN/CNPq
Maracajá


sexta-feira, 13 de maio de 2016

Roberto Cardoso (Maracajá) em/ Roberto Cardoso (Maracajá) in


Roberto Cardoso (Maracajá) em/ Roberto Cardoso (Maracajá) in



Roberto Cardoso (Maracajá) em

Roberto Cardoso (Maracajá) in














































































Roberto Cardoso (Maracajá) em “Jornal Metropolitano”

Roberto Cardoso (Maracajá) in “Jornal Metropolitano”


Textos publicados no Jornal Metropolitano. Parnamirim/RN.



Roberto Cardoso (Maracajá) em “O Mossoroense”

Roberto Cardoso (Maracajá) in “O Mossoroense”


Textos publicados no jornal O Mossoroense. Mossoró/RN.



Roberto Cardoso (Maracajá) em “Kukukaya”

Roberto Cardoso (Maracajá) in “Kukukaya”


Textos publicados na Revista Kukukaya. Revista Virtual.



Roberto Cardoso (Maracajá) em “Jornal de Hoje”

Roberto Cardoso (Maracajá) in “Jornal de Hoje”


Textos publicados no Jornal de Hoje. Natal/RN



Roberto Cardoso (Maracajá) em Informática em Revista

Roberto Cardoso (Maracajá) in Informática em Revista


Textos publicados em Informática em Revista. Natal/RN



Roberto Cardoso (Maracajá) em Publikador

Roberto Cardoso (Maracajá) in Publikador





Textos publicados em Publikador



Roberto Cardoso (Maracajá) em Google+

Roberto Cardoso (Maracajá) in Google+


Textos e imagens em Google+



Roberto Cardoso (Maracajá) em Wordpress

Roberto Cardoso (Maracajá) in Wordpress



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Roberto Cardoso (Maracajá) em Tumbir

Roberto Cardoso (Maracajá) in Tumbir







Textos e links em Tumbir



Roberto Cardoso (Maracajá) em ISSUU

Roberto Cardoso (Maracajá) in ISSUU


Links em ISSUU





Roberto Cardoso (Maracajá) em Linkest

Roberto Cardoso (Maracajá) in Linkest









Links em Linkest


Roberto Cardoso (Maracajá) em Jerimum news

Roberto Cardoso (Maracajá) in Jerimum News


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Roberto Cardoso (Maracajá) em Xananas Blog

Roberto Cardoso (Maracajá) in Xananas Blog


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http://forumaracaja.blogspot.com.br/2016/05/roberto-cardoso-maracaja-em-roberto.html



Roberto Cardoso (Maracajá) em

Roberto Cardoso (Maracajá) in




















































sábado, 19 de março de 2016

J News 3


Jerimum News

Jerimum City,  19 de março de 2016
Daluzinha e Datafolha não chegam a acordo.
   As informações de Daluzinha e de Datafolha não coincidem na contagem de crianças.

Daluzinha e suas daluzetes, afirmam que mais de 4 mil crianças compareceram na Convenção de Bruxas, realizada ontem (18/03) na Cidade da Criança. E a Datafolha não concorda com os números, afirmando que as bruxas alteraram as catracas e multiplicaram as crianças que estavam espalhadas pelo parque, criando uma impossibilidade de fazer uma contagem com o uso das fotos. Inúmeros sapos foram vistos saindo do parque.

A Bruxa de Jucurutu faz show acrobático no parque
Na manhã de sexta-feira (18/03/16), a Bruxa de Jucuru, fez um show acrobático, no espaço aéreo da Cidade da Criança. Com pousos, decolagens e manobras.

Saiba mais sobre a Bruxa de Jucurutu, no blog das bruxas Mirnas e Marinas.


A condição ministerial de Lula continua uma novela.

Luís Inácio ou o Lula da Silva, continua a sua novela de entra e sai no seu novo cargo.

 Virada de contação de histórias no IFRN Cidade Alta,

Fridas e sofridas usaram o espaço para um desabafo, e para uma fincar uma bandeira sobre a condição das mulheres ao longo da história.


Serenata ao Luar percorre as ruas do centro em Natal.

Ao som de voz e instrumentos, um grupo de pessoas percorreu a pé pelas ruas do centro de Natal, resgatando os tempos das serenatas. No estilo lento e com direito ao uso de chapéu.



Jerimum News 3
PDF 601
RN 18/03/16
por
Roberto Cardoso (Maracajá)
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terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

A cidade baseada em planos, e um plano para Natal/RN



A cidade baseada em planos,
e um plano para Natal/RN
 

PDF 577
Natal começou entre disputas, com planos entre portugueses e holandeses, com planos para o comercio e o transporte marítimo. Depois chegaram os franceses e os italianos com aviões e seus planos de voos, interligando os continentes. Assim contam suas histórias, mas podem ter chegado como náufragos, à deriva ou perdidos. E desembarcaram suas bagagens e experiências, deixaram uma genética, que ainda circula nas veias.

E instalaram-se ali os americanos com seus novos planos de voos, em Parnamirim Feeld. Numeraram ruas e avenidas para não se perderem, ao retornar para a caserna. Agora com planos internacionais empresas aéreas internacionais, anunciam a necessidade e a urgência de um HUB, exigindo ou cobrando incentivos. A eterna exploração do que é produzido. Madeira para construção e lenha, e até o QAV, o combustível na nova navegação; portos e aeroportos, para receber suas naves.

Mas voando e navegando, não enxergaram problemas no solo, o lugar onde se pisa. Os problemas de quem pisa e vive no solo, onde é mais comum as areias em forma de dunas alteradas com os ventos. E a genética continua correndo pelas veias, dos novos feitores. De capitão dos mato, chegaram a capitão urbano.

Com planos estaduais anunciam um plano de uma cidade 100% saneada, no caso a capital, esquecendo, ou não pesquisando, que Belo Horizonte/MG e Curitiba/PR, já estão muitos anos na frente. Uma capital cercada por outros municípios e pelo mar, onde jogará seus resíduos? Onde fará coleta de novas águas? A igreja com um plano ecumênico, está se articulando para cobrar o saneamento; com agua potável e agua servida.

Obras subterrâneas que administradores públicos não gostam, já que não dá para fazer marketing no presente e merchandising, em momentos futuros. Bem diferente de praças e parques, pontes e viadutos. Carlos Eduardo, em Natal, colocou um monumento de Niemeyer em cima de um morro, para ver toda a cidade, e para que a cidade o veja. Mas de tão alto o monumento, não é possível avistar os problemas que acontecem em baixo. Fora o seu gabinete enclausurado, carro com película redutora de luminosidade (insulfilm) e ar condicionado. Reduzindo sua capacidade de enxergar a realidade, não enxerga a cidade.

 O prefeito da cidade de Natal ou do Natal, onde já começa uma indefinição, uma disputa ortográfica, anuncia para 2036 a concretização da mobilidade urbana. Depois de inúmeras consultas públicas para conhecer os problemas urbanos, que a prefeitura desconhece, traça planos para um futuro melhor, um futuro calculado em pelo menos vinte anos, fora as intercorrências. Os acidentes de percurso, comuns na engenharia e até na medicina. A cidade sendo planejada para seus netos, andarem livres, com pistas de caminhadas e ciclovias. Talvez digam um dia, foi voinho quem fez.

Um tiro no pé, o anuncio da mobilidade com acessibilidade, baseado em uma insensibilidade urbana. Com um tiro no pé fica-se imobilizado, e alguns engessam ou andam mancando, com bengalas e muletas, até que faça efeito o tempo e a fisioterapia. E além do transito dificultado, os congestionamentos respiratórios. Fatores que levam a comprometimentos futuros.

Com o plano de mobilidade natalense, ainda não se decidiu o que fazer com cavalos, jegues e carroças, disputando espaço em vias e canaletas urbanas. A cidade é um organismo vivo, com vias circulatórias e ventilatórias, alimentando e oxigenando as suas células. Do contrário, as células urbanas crescem modificadas, ou alteradas, constituindo um câncer. Nem o ser vivo, nem a cidade podem parar de se alimentar e respirar, no combate ao câncer, ainda que usem medidas radicais, com leis e regras audaciosas, quimioterapia e radioterapia. E um prefeito é apenas uma célula, em condição privilegiada, com direitos especiais. Não é um cérebro de uma cidade, o corpo e a cidade são holísticos. Não detém um conhecimento, já que não conhece a cidade.

Carlos Eduardo baseado em percentuais estatísticos, anuncia com efusão o alto percentual urbano, nas cidades brasileiras, para justificar seus audaciosos planos. Tirou da cartola os dados informativos do IBGE. E julga ser um momento histórico fazer e planejar fazer, o que já deveria estar pronto e funcionando. O transito é o câncer que evolui para a morte, por asfixia urbana. A cidade ultrapassa as análises percentuais e estatísticas.

Carlos Eduardo já declarou em outro momento, o quanto é difícil brigar com capitais financeiros. O quanto a prefeitura tem dificuldades em embargar obras, principalmente as da orla. Em contrapartida, deverá haver dificuldades em executar desapropriações, caso sejam necessárias. Fora as exclusões dos carros que ocupam as calçadas, e que poderão ter suas pistas reduzidas. E os automobilistas questionarão seus direitos de ir e vir. Ainda que o direito esteja vinculado ao cidadão, e não contempla seus veículos.

Mas ainda faltam a lentidão do processo burocrático e do poder legislativo. Ainda faltam as queimas de neurônios dos engenheiros e dos planos estatísticos. O código de obras e o desenho funcional e artístico. Para não criar poluição urbana e visual. O que é possível fazer, e que se torna impossível constituir, nos pontos de vistas daqueles que se escondem atrás dos espelhos e de insulfilmes. As brigas entre lobbys; brigas entre o poder legislativo e o administrativo, com recursos do judiciário. O corte de verbas e os atrasos nas parcelas. E os imprevistos não previstos.

Com uma coleta de dados, com a pesquisa nas bases. A experiência vivida pelos artistas. Ficam aqui algumas umas sugestões ao prefeito, para sentir a cidade viva: andar de bicicleta, caminhar a pé, entre as quadras, procurando uma calçada; atravessando na faixa, como bom cidadão, mas não confiando nos carros que passam zunindo, desrespeitando o cidadão e as faixas. Não incomodar os amarelinhos ocupados em chamadas de rádio e telefone, mas fazem pose para uma foto. Utilizar ônibus, preferencialmente nas denominadas horas do rush. Participar junto com cadeirantes, em um passeio pelas calçadas, ainda que utilize uma cadeira motorizada. Mas usando uma máscara, usando a cidade como um anônimo. Para não haver benefícios, ou situações preferenciais.



Texto disponível em:


http://www.youscribe.com/catalogue/tous/a-cidade-baseada-em-planos-e-um-plano-para-natal-rn-2700588